Vamos brincar no céu
Bruna era uma
garotinha de seis anos de idade. Ela era alegre e ativa, tinha vários
amigos onde morava e todos gostavam dela. Certo dia sua mãe deu-lhe a
noticia de que iriam mudar de cidade. Depois da mudança ela teve muita
dificuldade em fazer amigos, pois eles se mudaram para uma casa remota,
longe da cidade. Afundada em uma depressão ela se sente cada vez pior,
deixando seus pais muito preocupados. Mas o tempo foi passando e ela foi
se adaptando a sua nova realidade aos poucos.
Um dia sua mãe a
observava brincando sozinha no quintal de casa. Parecia feliz, mas
estava conversando sozinha. E foi-se encontro.
- Com quem você está conversando? - Perguntou a mãe.
- Com Marcela, minha amiga.
- Quem é ela? Sua amiga imaginária?
- Não mãe, ela é real, mas você não pode vê-la. Ela me disse que mora no céu.
Preocupada, a mãe levou a menina ao psicólogo que não detectou nenhuma
anormalidade em Bruna e disse que talvez ela houvesse criado um amigo
imaginário para lidar com sua solidão e que isso iria passar com o
tempo.
Outro dia, Bruna brincava no quintal, estava no balanço conversando
animadamente. Quando sua mãe apareceu, a pequena garota se assustou e
ficou em silêncio. Para o espanto da mãe, um dos balanços que estavam
vazios estava balançando como se alguém estivesse ali, mas pouco a pouco
foi parando.
- Por que o susto filha?
- Nada mamãe, não te vi chegando.
- O que você estava conversando com Marcela?
- É um segredo muito legal, mas ela disse que eu não posso te contar.
- Eu sou sua mãe, você tem que confiar em mim. – disse ela abraçando sua filha.
- Ela me disse que vai me levar para brincar no céu com ela. Também falou que lá eu poderei voar. Não é legal?
- Não! Eu te proíbo de ir lá. – disse a mãe com lágrimas nos olhos e com o coração apertado.
- Mas por que?
E então a mãe deu de ombros, e foi fazer o almoço.
Duas semanas depois Bruna preparava-se para dormir. Enquanto sua mãe a cobria, ela disse:
- Mãe a Marcela voltou hoje e disse que amanhã eu vou ir para o céu brincar com ela.
- Não, eu já te disse que não quero que você vá com ela. – disse ela novamente sentindo um aperto no coração.
No outro dia, a mãe de Bruna queria tirar ela da casa com medo de que
algo acontecesse, apesar de ser cética sentia um aperto no coração
inexplicável. Foram até o parque de diversões da cidade onde a garota
pode distrair-se e brincar enquanto sua mãe tirava fotos.
- Mamãe! - gritou Bruna se mostrando em cima de um brinquedo.
Sua mãe bateu uma foto e o mandou sair de lá, pois ela poderia
escorregar e cair. Ao olhar no visor de sua máquina digital se assustou
ao ver uma sombra ao lado da menina. Ela escutou um grito e quando se
virou, viu Bruna caindo, batendo o corpo em cada parte do brinquedo até
atingir o chão. Bruna morreu a caminho do hospital.
Algum tempo depois, a mãe da menina com saudades entrou no quarto que
desde a morte da filha, estava fechado. Começou a olhar os papéis e
ficou aterrorizada quando achou um desenho igual a foto que tinha batida
segundos antes da morte de Bruna, e no topo da folha a frase: “Vamos
brincar no céu?”.
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